Sem Papas Na Língua

domingo, 10 de julho de 2016

Eu não sou um objeto.



(Relacionamentos abusivos acontecem em todos os gêneros, ok? Nos mulheres não somos as coitadinhas, não se sinta cupada! A culpa talvez não seja sua, talvez não seja dele, talvez não seja de ninguém, apenas os ideais não são os mesmos. Então isso é hora de dar tchau!)


Infelizmente você não me olha nos olhos, você não me chama pelo nome, tem medo de errar, talvez porque são muitas as mulheres que existem em sua vida. Você não tem a intenção de me conhecer, você quer só um momento de prazer e ponto final. Todo mundo tem o direito de ter prazer, mas só isso não me basta no momento. Eu gosto de compartilhar sentimentos e só isso me deixa vazia. 

Todos nós temos nossos momentos e o meu momento hoje não é o de "um pente e rala", eu também poderia querer apenas isso, mas eu não quero. Não gosto de me sentir vazia, gosto de me sentir plena e significativa.

Por quê me falou tudo aquilo e desapareceu? Se arrependeu? Uma pena. Pode ser que eu também tenha me arrependido. Você me chama de linda, mas existem outras dez garotas que tem o mesmo nível de lindeza que eu, eu tenho nome e gosto dele. Na verdade você tem medo de se permitir.

Você tem medo deu me apegar. Calma moço! Talvez eu só tenha as mesmas intenções que você. Talvez eu queira ser amada e amar, isso não é pecado! Talvez eu queira só curtir. Cada um tem seus objetivos.

Por quê você perde seu tempo se fazendo de vítima do universo? Por quê você se fez de vítima com sua namorada quando ela descobriu que conversavamos? Por quê você não me disse que era comprometido? Por quê você perde seu tempo fazendo isso? Você vê as mulheres como objeto de uso, só é agradável quando te satisfaz.

Por quê você me traiu? Por quê não preferiu terminar? Você gosta de inflar seu ego, de saber que ainda pode conquistar alguém, pra quê? 

Por quê você saia comigo e com a outra, me dizendo que gostava muito de mim, mas no fim preferiu ficar com a outra?

MAS MEU PARCEIRO? MULHER NÃO É OBJETO!

Você me enxerga como um objeto. Marca um encontro comigo quando você não tem nada pra fazer com suas outras peguetes, com seus amigos. A gente se encontra, você só fala da sua vida, do quanto se empenhou e não foi reconhecido e blá blá blá. Não que isso não seja importante pra mim. Seus sonhos, planos e medos você não os compartilha. Demostrar certos sentimentos não é o seu forte, só quando lhe convém, muito menos é interessante pra você saber da minha vida, pra quê?  

Opa! Você desmarcou o nosso encontro em cima da hora, você não me disse, mas preferiu aceitar um convite de última hora de um amigo. Você mente o tempo todo pra mim, você acha que precisa disso enquanto você pode apenas ser sincero? Aaah você acha que vai me magoar? Me magoa quando descubro depois de um tempo suas verdadeiras intenções.

Na sua cabeça só sirvo pra lhe dar prazer, mas saiba que eu não sou um objeto seu. O modo como você poderia me dar prazer pouco importa. Ser gentil, me perguntar como foi meu dia e realmente querer saber como foi, são só frases padrões de se iniciar uma conversa e não um interesse seu. Você finge querer me conquistar! Na verdade o que você quer, talvez não seja assim do modo como você acha que tem que ser. 

Para quê programar uma transa se ela pode acontecer naturalmente? Você se interessa em me dar prazer quando a gente transa? Você me dá a oportunidade deu dizer onde sinto prazer? Eu só fico a duvidar se devo ou não falar, porque tenho medo que você se chateie. Depois da transa, você vira e dorme. Você já pensou no que eu penso sobre isso? Sou uma otária! Nossa relação não pode ser uma via de mão única. Eita! Espera aí tem algo errado nisso tudo!

Você me chama de dramática toda vez que exponho pra você meus sentimentos. Se você não sabe, eu faço parte do que chamam de ser humano. Eu também tenho desejos, medos, sonhos e questionamentos assim como você. Você não me leva a sério, o que vale é o meu corpo te servir de algum modo, pra fazer figuração, pra te dar prazer, pra te ajudar, mas moço, eu não sou um objeto!

A roupa que eu uso te incomoda, pra você ela fala mais do que eu sou, do que você me conhece. Na verdade você não me conhece. Eu não sou obrigada a mudar o meu tom de cabelo ou o tamanho do meu short porque você não gostou, quem tem que gostar sou eu. Eu não me arrumo pra você. Eu não converso só com você e eu posso ir a todos os lugares sem sua companhia. Eu tenho a possibilidade de achar outro cara tão interessante quanto um dia aos meus olhos você foi.

Moço aquele dia que me encarou no corredor, com um olhar de "eu quero", me senti mal, pode ter certeza. Você mal me conhece, como pode me querer? Os seus amigos assim como você nos objetiva ( da palavra objeto). Mas isso tem que acabar. Eu sou mais que uma capa... eu tenho sentimentos. Também tenho queres.

Você disse que queria ser livre, então vai! E eu continuarei a gostar do simples da vida, do leve e natural. Eu quero alguém que some e não suma. Não posso ser a segunda opção de ninguém e você me faz acreditar que sou e esse papel eu não quero assumir.

Mulher, por quê você ainda acredita que a culpa sempre é sua? (Eu estava gorda demais, magra demais, ciumenta demais, saia demais, amava demais) Na realidade a culpa é filha de ninguém, ninguém nunca quer segurar a culpa e sempre se desejam achar culpados, quando o percurso vem cheio de oportunidades e evidências.

Não deixe de se doar porque o pensamento de uma maioria é esse. 


Esse texto todo pode ser um mimimi, mas pra muita gente pode se identificar, descordar e até mesmo acrescentar. 







Por Daniella Lins


  

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