Sem Papas Na Língua

domingo, 18 de outubro de 2015

Ao vento jogo nossas cinzas.



Não consigo me relacionar com mais ninguém desde que você se foi. Parece que de algum modo ainda estou conectada a você. O cheiro de outros caras tem me enjoado. Os beijos são muito sem vontade, talvez falta de vontade minha de estar ali. O olhar desses caras pra mim são vagos, assim como as palavras que vem deles também são. Queria não estar sentindo isso, mas sei que logo o tempo irá tratar de solucionar isso pra mim. 

É! Eu sei! Os dias já passaram e já deveria ter se apagado o que queimava dentro de mim,  mas eu de maneira tão miraculosa fui tocada por você. Coisas do tipo não se acham significado num desses dicionários de biblioteca nacional ou mesmo que alguém me perguntasse a importância de você pra mim, eu seria incapaz de achar as palavras certas.

Sabe o cara com que eu sonhava desde minha adolescência? Ele chegou certinho pra mim na minha vida adulta, mas ele não pode ficar. Eu pedi um desses caras que me olhasse devagar, já que tanta gente me olhou depressa demais. Aquele que tornava qualquer lugar bonito e divertido, que me olhasse no fundo dos olhos. Que me dissesse que foi um prazer ter me conhecido. Mas ninguém deve ser fixo a ninguém. Eu pedi, Deus me concedeu, e agora ele se foi. Ele logo tratou de continuar a viver... eu não tive forças pra fazer o mesmo. Seguir. Eu quero seguir!

O que acontece é que se apaixonar a gente pode muitas vezes, mas amar, creio que poucas, mesmo que as vezes a gente confunda esses sentimentos tão fireworks. Admiro os que conseguem fingir força quando estão na verdade em cacos por dentro. Eu sou daquelas que se deslizam como manteiga quando alguém me pergunta se tenho alguém para amar... a primeira pessoa que lembro é você.

É! Posso ainda estar apegada ao que fomos, na verdade ao que fostes para mim principizito. E esse negócio de "desapegar" eu deixo para outro dia. Hoje eu decidi aturar o que dói em mim e mergulhar de cabeça no passado bonito que tivemos. Se essas histórias bonitas que contam por aí foram de verdade, eu não duvido, porque a nossa foi, por mais que tivesse durado pouco.

Mas como tudo tem um ponto final para aqueles que assim desejam, você deu o seu e assim eu não posso prosseguir sozinha. Não nessa história. Resolvi virar literalmente a página. Recusar falar de você foi o primeiro passo que resolvi dar. Resolvi jogar nossas cinzas ao vento. Quem sabe ela sirva de adubo para outras histórias?! Mas pensando bem, acho que não. O que tinha que frutificar, frutificou, hoje não existe nada além que lembranças daquilo que não se pode carregar.

Decidi me libertar de falsas expectativas que eu mesma criei. Joguei tudo o que restava de você dentro de mim ao mar. Porque o mar leva! Énnele que eu deposito sempre o meu amor e admiração, quem sabe ele não transformará esse amor solitário em força para deixar a porta aberta para um amor recíproco.

A vida é um verdadeiro mistério, feita de encontros e desencontros. Eu não espero o encontrar novamente, não porque eu não queira, mas porque não quero ser a criança que espera o Papai Noel descer no trenó. "Quem acredita, sempre alcança!" É... mas nesse caso, eu não posso acreditar sozinha numa história que já acabou a tempos. Ele me quis por um mês e logo tratou de me esquecer. 

Não será por isso que farei o mesmo, até porque não se pode ou deve esquecer um alguém que só fez bem. Mas dar adeus abre brechas para que coisas magnificas aconteçam.

Vai vento! Leva o sentimento de apego pra longe, se desfaça no ar!

Adeus meu bem! Que venha o novo! Nem que seja pra sofrer de novo, mas que seja outra história.


Por Daniella Lins

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