Sem Papas Na Língua

sábado, 6 de dezembro de 2014

Ainda lembro de você.

 
Já não consigo mais ir nos lugares que íamos juntos sem lembrar de você. Em cada lugar que a gente ia parecia que ali eu estava pela primeira vez. Era bom estar com você, em qualquer lugar que fosse. Eu criava uma bolha entre nós e nada mais me importava, só o momento, o presente. Quero lembrar sempre de você, você é uma lembrança boa que eu quero eternizar como algo bom que me aconteceu, no momento em que eu mais precisava você apareceu. Me enxergou, me abraçou, me fez amada, eu fui amada do seu modo.
 
Você me olhou com os seus olhos, você me admirava, me esnobava ao ser contrariado, eu ria disso. Você me parecia um beijo impossível, pelo contrário. Tudo foi possível. Num laço frouxo, de seda fina, nos abraçamos, nos beijamos, nos entrelaçamos, queríamos um ao outro. Não na mesma intensidade, mas você me quis...
 
Lembro de quando você me contava algo sobre a vida e geralmente eu não entendia, depois logo algo me acontecia e as palavras que você dizia faziam sentido. Eu lembro de você.
 
Como você é lindo... Sua pele, seus cabelos, seus olhos... aah seus olhos. Eu me esforçava para ver algo atrás deles, mas eu nunca consegui. Talvez, eu estava tão enfeitiçada por você que por alguns segundos entrava em hipnose. Você é lindo dormindo e acordado.
 
Ainda me lembro de quando você deitava do meu lado, eu ficava admirando você dormir, você não sabia mas eu mal conseguia respirar, parece que eu paralisava ao te admirar como um anjo ali bem na minha frente.
 
Ainda guardo as cartas que você me escreveu, não descartei nossas fotos frente ao céu. Hoje eu acordei com saudade de você. Parece que todas as pessoas tinham seu perfume. Parece que todas as pessoas tinham o seu olhar.
 
Eu sempre rio sozinha quando me lembro das palhaçadas que você fazia para que eu risse de você. Eu ficava feliz por você me dizer palavras novas, queria me ensinar. Eu ficava feliz por você querer mostrar as fotos que talvez, duas ou três mulheres mais,você tenha feito o mesmo. Se existe príncipe sem cavalo branco, esse foi você pra mim. Príncipe no externo.
 
Provei do seu amargo, mas sem você diretamente me ferir, não era sua intenção. Você viveu, aproveitou, se lambuzou. É isso aí! A vida é bonita e tem que ser vivida. Aos poucos, você foi virando lembrança boa, presença boa, ausência compreendida.
 
Vai passarinho, voa! Voa pra onde se encontra seu ninho, não foi no meu o seu abrigo. Ele não é seu. É de um passarinho que mora longe está a caminho, já pertinho e vem de mansinho. Enquanto você amorzinho, foi o meu benzinho no tempo que tinha que ser.
 
E eu te peço meu bem, aonde quer que esteja, lembra um pouquinho de mim?!
 
Eu digo: valeu a pena ter vivido e te conhecido.

- Daniella Lins

Nenhum comentário:

Postar um comentário